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Uma nova etapa se inicia para os carros elétricos no Brasil. No mês passado, o governo federal isentou a categoria do Imposto de Importação (II) de 35%. A nova resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), foi comemorada por analistas e entidades do setor, já que garante maiores possibilidades de aumentar o número de licenciamentos de elétricos no mercado nacional.
A Câmera do Comércio Exterior (Camex) informou que "a decisão foi tomada após amplo debate sobre o tema e que a medida busca inserir o Brasil em novas rotas tecnológicas, disponibilizando ao consumidor veículos com alta eficiência energética, além de baixo consumo de combustíveis e emissão de poluentes". O DOU também manifestou seu entusiasmo com a decisão tomada pelo governo: “Tais medidas estão alinhadas à política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para produção nacional desses veículos.”
Por outro lado, o coordenador brasileiro do Programa Veículo Elétrico de Itaipu, Celso Novais, indicou que a redução do II “é um passo importante” na abertura do segmento dos elétricos para o público. “É preciso vencer essa barreira, mostrar para as montadoras que o Brasil tem mercado para carros elétricos e vale a pena produzir aqui”, afirma Novais. A realidade, até hoje, é que o preço elevado e a falta de opções tornam os carros movidos a energia elétrica um veículo para poucos. Segundo dados divulgados pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apenas 664 veículos elétricos foram vendidos no Brasil. Isto representa menos de 1% do total de automóveis licenciados no país.
Por enquanto, a isenção do imposto já tem acarretado resultados positivos para o mercado. Três dias após o anúncio oficial, a BMW baixou o preço do único modelo elétrico que se comercializa no país. A marca alemã reduziu de R$ 221,9 mil para R$ 169,9 o preço do BMW i3. No entanto, esse valor continua sendo inatingível para o bolso do cidadão comum. “Se fosse o contrário, já existiriam milhares de veículos elétricos trafegando nas ruas do país”, afirma Ricardo Guggisberg, presidente executivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Vencer essa barreira será o novo desafio para os representantes do setor automotivo.
